CRISE DE IDENTIDADE
- Antonio Jose Silva
- 21 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

21/11/2024
Quem sou eu? Como encontrar um novo propósito de vida?
QUE FENÔMENO É ESSE? Uma crise de identidade é um fenômeno psicológico que ocorre quando uma pessoa enfrenta dificuldades em compreender e definir sua própria identidade. É um período de questionamento e incerteza, no qual a pessoa pode sentir-se perdida, confusa e desorientada em relação a quem ela é e qual é o seu propósito na vida.
Pode ser causada por diversos fatores, como:
Fatores psicológicos, Fatores espirituais, Fatores existenciais, Fatores sociais, Fatores familiares, Fatores hormonais Traumas e experiências negativas.
A crise de identidade pode gerar sentimentos de ansiedade, depressão e baixa autoestima.
CRISES DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO O termo deriva das crises evolutivas —as que marcam cada etapa da vida rumo à maturidade— sobre as quais falavam especialistas como Erich Fromm, psicólogo social, e Erik H. Erikson, psicanalista e autor de obras como Identidade, juventude e crise, apesar de na verdade pertencer mais ao senso comum do que às consultas e manuais de diagnóstico, como o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, onde não aparece). Laura Morán, psicóloga e terapeuta, define como “conceito de rua” e explica que, apesar de não serem oficiais, “esse tipo de termo serve para que o paciente possa comunicar crises vitais como, por exemplo, o desconhecimento do rumo de suas vidas”.
EXPECTATIVA DE MUDANÇA
As crises de identidade ou existenciais se referem a um momento de mudança que, afirma Morán, “pode ser marcado pela própria pessoa ou por uma circunstância externa”. Tratam-se de situações que “produzem incerteza e ansiedade, mas também dão oportunidades”, acrescenta. Normalmente, se relacionam a momentos importantes da vida, como relações de casal, filhos, trabalho ou saúde, afirma o psicólogo clínico Jorge Barraca: “É uma reformulação dos temas vitais, apesar de a crise partir de uma questão concreta, algo negativo como uma separação afetiva ou um problema de saúde, ou algo positivo como uma mudança de casa, uma viagem ou o nascimento de um filho."
SENTIMENTOS INERENTES
Há sentimentos intrínsecos a esse tipo de crise —como a melancolia, a frustração e a desconexão do mundo— que podem lembrar a depressão, mas não devem ser confundidos. “A depressão pressupõe problemas de sono, de apetite, anedonia —a incapacidade de sentir prazer—, dificuldade de concentração, falta de energia que se traduz em dores musculares ou de cabeça sem correspondência orgânica, e irritação. É muito mais ampla e afeta o comportamento da pessoa, que custa a enfrentar a vida, depois de um luto ou perda de trabalho, evitando as coisas que a prejudicam e escorrendo pela espiral depressiva”, afirma o psicólogo.
FUJA DOS CLICHÊS
Para superar a crise não vale recorrer a frases de autoajuda como “a felicidade está em você” ou “se quiser, você consegue”. Em alguns casos é necessário um processo de aceitação no qual a pessoa consiga assumir que não é capaz de conquistar seu objetivo ou meta de vida. Em outros, a terapia tenta apontar o caminho para reconduzir a vida da pessoa. Ligar-se ao presente é o que dará uma resposta à crise”, acrescenta o psicólogo, que diz também que em muitas ocasiões “a resposta está fora da pessoa e chega de forma natural, não com a obsessão de encontrá-la”.
(DES)CONSTRUÇÃO
"[...] E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina...
Seus olhos embotados de cimento e lágrima...
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro..."
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