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JUVENTUDE E CONSERVADORISMO: QUAL É A CONTRADIÇÃO?

  • Foto do escritor: Antonio Jose Silva
    Antonio Jose Silva
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

14/05/2025


O PENSAMENTO CONSERVADOR

"É importante que algo mude para que tudo evolua como deve."

É assim que o cientista político português João Pereira Coutinho resume o que é o pensamento conservador, uma das ideologias políticas mais influentes no mundo — incluindo Brasil — nos últimos dois séculos. Ele mesmo um influente pensador conservador, Coutinho traz a definição em seu livro As Ideias Conservadoras Explicadas a Revolucionários e Reacionários.


POR QUE HÁ TANTOS JOVENS CONSERVADORES?

Como é possível que alguém assuma como marcador de sua identidade ser, ao mesmo tempo, jovem e conservador? Pode parecer um claríssimo caso de contradição. E é!?


AS DIVERGÊNCIAS ENTRE OS MAIS JOVENS

A geração Z. Esta geração compreende aqueles que nasceram dos meados da década de 1990 até 2010 e é destacada por ser nativa digital, ou seja, já ter crescido em meio aos dispositivos digitais e com acesso à internet.

Pesquisas, como as conduzidas pelo Kings College, indicaram que atitudes dos jovens em relação à masculinidade e à igualdade das mulheres estão se dividindo por gênero, com divergências mais acentuadas entre as gerações mais jovens do que entre as mais velhas.


O GRANDE "OUTRO": DEUS, A PÁTRIA, A FAMÍLIA, A PROPRIEDADE

Se os jovens conservadores existem é porque existem pessoas que não conseguem conviver com a angústia de saber que não há um Outro a recorrer. É curioso perceber como, mesmo nas tradições religiosas hegemônicas, aqueles que enfrentam essa angústia face a face não caminham para a não religião, mas para a mística. Assumem a ausência do Outro no seu silêncio, e silenciam junto.

Mas os jovens conservadores não silenciam. Entram em denominações religiosas tradicionais (em especial o catolicismo e algumas expressões do protestantismo) e assumem os aspectos mais exteriores dessas tradições. Roupas, cânticos, certa moral sexual. Tudo isso é visível, palpável. Tudo isso grita lá onde só há o silêncio da ausência desse Outro. Por isso, esses jovens conservadores não hesitam em usar as mídias sociais como uma estratégia de ataque permanente a alguns membros de suas próprias tradições religiosas, por não representarem a pureza delas.


O PAPEL DA RELIGIÃO

O pensador inglês, Roger Scruton, explica que a religião desempenha um papel fundamental para os conservadores porque ela introduz "as ideias do sagrado e do transcendental que espraiam influência em todos os costumes e cerimônias associativas". Isso é mais forte, obviamente, para os jovens conservadores religiosos.


FINALIZANDO

Esses jovens conservadores não são autônomos, é importante salientar. A volta reacionária que vivemos alimenta esse conservadorismo e se alimenta dele. O jeito deles conservarem o que “têm” é caminhar ainda mais para trás, como se buscassem ganhar algum tempo de reserva, já que o presente se esvai.

O fenômeno é político? Com certeza. Mas o fenômeno tem algo de existencial, algo que esses jovens não conseguem elaborar, algo que não conseguimos ajudá-los a elaborar. O tempo é de crise para todos nós. Diz MARCUS VINICIUS DE SOUZA NUNES, doutorando em Educação





 
 
 

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