O DEUS DO VINHO, BACO OU DIONÍSIO?
- Antonio Jose Silva
- 27 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

27/11/2024
UMA BEBIDA MILENAR E O SEU DEUS
Ele acompanha a história da civilização humana e é adorado pelo mundo afora. Mas, o que faz essa bebida ser universal?
Você já ouviu falar em Dionísio? E em Baco? Não? Pois saiba que ambos são representantes da ebriedade, dos excessos, das festas, do prazer e da folia. Eles são equivalentes nas suas respectivas culturas, sendo o primeiro grego e o segundo romano. Os dois levam o grande título de deus do vinho.
MITOLOGIAS SIMILARES
Você já deve ter reparado que a mitologia grega e a romana são bem semelhantes. Uma das teorias é que essa similaridade se deve aos hábitos de troca cultural entre os dois povos. Afinal, durante as conquistas de territórios, o contato dos gregos e romanos se intensificava e ambos eram influenciados pela cultura um do outro.
Por essa razão, Baco e Dionísio, assim como outros deuses, são tão semelhantes e, basicamente, têm a mesma história. Dessa maneira, os dois podem ser considerados deuses do vinho.
QUEM "BRINCAVA" COM HERA... JÁ ERA
Dioniso foi um deus presente na religiosidade grega, sendo o deus do vinho, das festas, da alegria, do teatro etc. Ficou conhecido como o único filho de uma mortal a ser transformado em um deus em toda a mitologia grega. Ele era filho de Zeus com uma princesa chamada Sêmele.
Seu nascimento, portanto, foi resultado de uma relação extraconjugal de Zeus, que era casado com Hera, deusa dos casamentos e das mulheres. Hera ficou marcada pelos ciúmes que tinha de seu marido e por se vingar de todas que se envolviam com ele, e não foi diferente com Sêmele.
A VINGANÇA MALIGNA DE HERA
Sob disfarce, Hera convenceu Sêmele a pedir a Zeus que ele usasse as roupas que demonstravam todo o seu esplendor, e assim a princesa o fez. Zeus, então, vestiu as roupas que usava no Monte Olimpo, assumindo todo o esplendor de sua forma. Imediatamente, o corpo de Sêmele transformou-se em cinzas, pois não suportou a luz imanada pelo corpo de Zeus.
Dioniso então se tornou órfão de mãe e foi entregue por seu pai a ninfas, a fim de que fosse criado por elas.
BACANAL (DO LATIM BACCHANALIA)
Dionísio e Baco são a mesma pessoa, sendo que Baco é o nome romano do deus grego Dionísio. O culto a Baco Dionísio, o deus do vinho, ganhou importância para os romanos por volta do ano 200 a.C., sendo chamado de bacchanalia. Inicialmente era um rito totalmente feminino, comandado pelas bacantes (uma espécie de sacerdotisa) e ocorria apenas três vezes ao ano. Mas, com o passar dos anos, o ritual sofreu alterações, passando a ser noturno, incluindo os homens e ocorrendo com muito mais frequência.
As celebrações ficaram famosas pelos excessos cometidos, principalmente os sexuais. Isso fez com que o culto ao deus do vinho fosse proibido em 186 a.C. Pessoas ligadas ao ritual foram perseguidas e mortas, e os templos dedicados a Baco foram destruídos.
"A POESIA ENGARRAFADA"
Mas afinal, por que o vinho desperta tanto fascínio? A resposta está na complexidade e na diversidade dessa bebida. Cada garrafa de vinho conta uma história, refletindo o terroir onde as uvas foram cultivadas, o clima, a técnica de produção e a expertise do enólogo.
Desde tempos imemoriais, o homem tem cultivado uvas e fermentado seu suco, dando origem à bebida que conhecemos hoje como vinho.
Uma das primeiras referências ao vinho remonta à antiga Mesopotâmia, onde os sumérios já produziam e apreciavam essa bebida divina.
MUI GRATO SOMMELIER!

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