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NÃO AMAR, NECESSARIAMENTE NÃO QUER DIZER ODIAR

  • Foto do escritor: Antonio Jose Silva
    Antonio Jose Silva
  • 25 de fev.
  • 3 min de leitura

25/02/2025


EVANGELHO (João 7:7-9) Jesus ensinou que o amor é o único remédio para vencer o ódio.

"O mundo não pode ter ódio de vocês, mas tem ódio de mim porque eu afirmo que o que o mundo faz é mau."


HISTÓRIA MARCADA PELO ÓDIO

A REM de hoje propõe uma delicada e complexa reflexão sobre a construção psicológica do inimigo e a função política da expressão de ódio pelos "outros" ou do desprezo pelo conceito de diversidade. Umberto Eco disse assim: "As pessoas tendem, com uma tolice bastante pré-socrática, a enxergar o amor e o ódio como dois opostos --alternativas mutuamente necessárias e simétricas. Ou seja, se nós não amamos uma determinada pessoa, temos necessariamente que odiá-la, e vice-versa. Obviamente, no entanto, existem infinitos estágios intermediários situados entre esses dois polos." Prossegue o falecido escritor italiano: "A história da nossa espécie é mais marcada por ódio, guerras e massacres do que por atos de amor, que são intrinsecamente menos confortáveis e também bastante cansativos quando ousam transcender o círculo imediato do nosso egoísmo."


O QUE SE ESCONDE POR TRÁS DO DISCURSO DE ÓDIO

A intolerância visceral às diferenças. A suposta supremacia branca. A xenofobia, a rejeição da pluralidade, a mentalidade paranoica em relação ao mundo exterior e a construção de bodes expiatórios se transformaram em tendência mundial. É preciso levar a sério a questão nacional, não deixá-la nas mãos dos extremistas. Também é necessário fortalecer a coesão coletiva. Pois, uma onda de nacional-populismo neofascista que se espalha pelo mundo todo de maneira traiçoeira.


UM NOVO ABISMO SE ABRE

"Está se abrindo, sem dúvida, uma nova era de desafios importantes e sérios que as democracias terão de enfrentar, provavelmente durante umas décadas. É inegável que a globalização liberal posta em marcha no final do século passado entrou em uma fase crítica, devido à sua patente e consciente desregulação caótica, responsável por suas contradições atuais. A busca de um novo equilíbrio econômico-social planetário é, portanto, imprescindível". Afirma Sami Naïr, articulista do EL PAÍS


UMA HOMOGENEIDADE UTÓPICA E IRASCÍVEL

O discurso da extrema direita propõe, certamente, uma sociedade estritamente homogênea, em pé de guerra contra tudo que possa introduzir diferenças e singularidades dentro do conjunto. A rejeição do pluralismo político – rejeição que ela promove como um projeto de gestão do poder − se baseia também na oposição frontal ao multiculturalismo, e, consequentemente, na rejeição da multietnicidade da sociedade.


UMA ESCALADA DE ÓDIO: TORCIDA NAS REDES SOCIAIS PELA MORTE DO PAPA

Em artigo publicado por Leonardo Sajamoto lemos o seguinte: "Desde que o papa Francisco passou a lutar pela vida no hospital Gemelli, em Roma, devido a um grave quadro respiratório, há um rosário de autointitulados cristãos torcendo por sua morte (incluindo requintes de crueldade) nas redes sociais. Provando que a ultrapolarização derreteu os miolos de muita gente, acusam Francisco de ser "comunista" e pedem para que sua vida seja ceifada."


EVOCANDO O SAUDOSO DOM HÉLDER CÂMARA

"Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista".


ALÉM DE FALTAR AMOR, TAMBÉM FALTA HUMANIDADE NA INTERPRETAÇÃO

Torna-se urgente e inadiável a releitura crítica e uma interpretação mais humana do que está escrito no Evangelho de Mateus, capítulo 25, citado por Francisco, especificamente do versículo 35 a 40: "Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me. Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."


"Salutem et longam vitam papa!" (Saúde e vida longa papa!)


 
 
 

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