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  • Foto do escritor: Antonio Jose Silva
    Antonio Jose Silva
  • 17 de nov.
  • 3 min de leitura
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17/11/2025


UM GRITO OU UM LIVRO DE ALERTA?

A obra reúne crônicas escritas por Jamil Chade que analisam o cenário político e social dos Estados Unidos, com especial atenção ao período da ascensão de Donald Trump ao poder e às implicações desse fenômeno para a democracia e os direitos humanos. Destacam-se na análise temas como desinformação e direitos dos imigrantes.

Como observa Walter Salles na introdução do livro, trata-se de um alerta.


A PEREGRINAÇÃO E "A JOIA DA COROA"

O jornalista percorreu, entre 2024 e 2025, milhares de quilômetros em mais de uma dezena de estados e visitou os dois lados do muro que separa os EUA do México. Sobre a América Latina, Jamil analisa que os EUA buscam enquadrar o continente “no seu quintal” em meio à disputa com a China e que o Brasil “é a joia da coroa” das ambições de Washington para a região. Trabalhando em Genebra, na Suíça, há 25 anos como correspondente internacional, o experiente jornalista já visitou 70 países e passou por diversos meios de comunicação.


A DISTOPIA AMERICANA

Jamil Chade: O fenômeno Trump, no fundo, é o resultado de uma crise existencial da sociedade americana. Ele não é a causa. O que eu vi nesse ano viajando por lá foi uma sociedade que vive o fim dos mitos do “sonho americano” e do “destino manifesto” [que atribui uma missão divina civilizatória aos EUA] que eram as bases daquela sociedade.


QUANDO OS MITOS SE DESFAZEM

Jamil Chade: Essa distopia é esse momento em que esses mitos se desfazem. É a contradição de um sistema capitalista muito agressivo que deixa pessoas em um limbo, na pobreza, que acaba gerando um cenário distópico.

O distópico não é só uma figura de linguagem. Cidades que eu visitei, por exemplo, no Arkansas, pareciam estar em um filme fantasmagórico. A cidade abandonada e empobrecida. Periferias de grandes cidades abandonadas com pessoas vivendo em uma situação econômica equivalente à de Bangladesh. Isso dentro dos EUA. Essa é a distopia que eu falo.


A DESUMANIZAÇÃO EM CURSO

Jamil Chade: A palavra central é desumanização, porque quando você desumaniza o outro você tira justamente as obrigações que aquele Estado tem de prestar serviços e de garantir os direitos básicos. Afinal, ele já não é tão mais humano quanto os demais.

A desumanização nos EUA dos imigrantes não é um ato involuntário, é deliberadamente construído justamente para tirar direitos. Desumanizar é uma estratégia política para justificar deportação, xenofobia e racismo.


DESMONTE DA ORDEM MUNDIAL

Jamil Chade: Trump vê a ordem internacional criada após a 2ª Guerra não como obsoleta, mas como uma ameaça aos seus interesses. Ele quer desmontar essa ordem porque ela representa limites para o seu próprio poder. Essa velha ordem já morreu, sem dúvida nenhuma, o que nós estamos é na disputa da nova ordem.


O CERCO À AMÉRICA LATINA:SINAL AMARELO

Jamil Chade: A América Latina está em uma encruzilhada muito profunda. A pressão americana é muito grande e vai ser cada vez maior. Já estariam na zona de influência deles a Argentina, Paraguai, Peru, Equador e Guiana. A Bolívia, agora com a eleição, já caiu. A ameaça de invasão da Venezuela é fato. Ficam faltando só dois países, a Colômbia e o Brasil.


FONTE

Trechos extraídos da entrevista de Jamil Chade à Agência Brasil, publicada em 06/09/2025








 
 
 
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