- Antonio Jose Silva
- 20 de nov.
- 2 min de leitura

20/11/2025
UM EVENTO CHEIO DE BRUTALIDADE
A diáspora negra é a dispersão de pessoas de ascendência africana pelo mundo, forçada principalmente pelo tráfico negreiro, que deslocou milhões de africanos para as Américas entre os séculos XV e XIX. A determinação da "diáspora mais cruel da história" é complexa, pois a crueldade e o sofrimento humano são difíceis de medir e comparar objetivamente. No entanto, a Diáspora Africana, resultante do tráfico transatlântico de escravizados, é amplamente considerada um dos eventos de maior brutalidade e sofrimento em massa na história humana.
ORIGENS E IMPACTO
Tráfico negreiro: O comércio atlântico de escravos foi o principal motor da diáspora inicial, arrancando à força cerca de 11 milhões de pessoas da África. As populações africanas traficadas eram muito diversas, vindas de diferentes reinos e etnias, como os iorubás e bantos. A cultura africana se manifestou nas Américas através de novas formas de culinária, religiosidade (como o Candomblé e a Umbanda), música, dança e idiomas.
RESISTÊNCIA E LUTA
A diáspora é marcada pela resistência contra a escravidão e o racismo, exemplificada por movimentos como os quilombos e revoltas de escravizados. Identidade e pertencimento: A diáspora moldou a identidade de milhões de pessoas, que mantêm uma forte conexão cultural e filosófica com o continente africano, mesmo vivendo fora dele.
LEGADO COLONIALISTA
Europa bloqueia reivindicação de movimento negro na COP30 e gera impasse. Os governos europeus se recusam a aceitar a inclusão de menções à população afrodescendente no Plano de Ação de Gênero, negociada na Conferência do Clima da ONU, em Belém (a COP30).
Para Geledés - Instituto da Mulher Negra, "mais uma vez a população afrodescendente está sendo rifada como moeda de troca em negociações internacionais". "Em mais um capítulo colonizador, esses países estão barrando a possibilidade de garantir direitos e reconhecimento a uma população historicamente inviabilizada".
CENÁRIO PARADOXAL
"A luta antirracista brasileira chega em 2025 num dos seus cenários mais paradoxais. De um lado, o país viveu nas últimas décadas uma inflexão histórica notável: de um discurso oficial de negação do racismo, passamos hoje a ter um dos mais complexos modelos de políticas antirracistas do mundo, que abrange desde leis antidiscriminação até variados programas de ação afirmativa". Assevera Luiz Augusto Camposé professor de sociologia e ciência política no IESP-UERJ
DIA DA CONSCIÊNCIA AFRODESCENDENTE
Dia 20 de novembro. Nessa data, comemoramos, simultaneamente, os 330 anos do assassinato de Zumbi dos Palmares, símbolo histórico da resistência afrobrasileira, e os 30 anos da Marcha Zumbi dos Palmares, protesto que inaugurou a moderna agenda do movimento negro contemporâneo.
Um momento de reflexão sobre a luta por igualdade e reconhecimento das contribuições afro-brasileiras para a sociedade.
"Que brilho é esse negro
Me diz se é o da paz
Me diz se é o do amor
Me diz que eu quero saber"